A Primavera e o Verão são estações do ano calorosas, coloridas e alegres, mas propícias para estarmos expostos a diversas agentes agressores, nomeadamente, o sol e determinados alérgenos do ambiente.

O sol ajuda a melhorar a saúde das pessoas, pois são vários os seus benefícios, entre os quais: fortalecer os ossos e articulações através do aumento de produção de vitamina D na pele; reduzir o risco de depressão, pois ajuda o cérebro a produzir mais serotonina, uma substância antidepressiva natural; aumentar o bem-estar e relaxamento, já que a subida da temperatura relaxa os músculos e melhora a qualidade do sono, aumentando a produção de melatonina pelo cérebro.

No entanto, o excesso de sol prejudica a saúde da pele, sendo a causa principal de lesões da pele, podendo ir de ligeiras queimaduras ao envelhecimento prematuro, passando pelo aparecimento de melanoma, o cancro da pele mais letal. As preocupações com o sol devem estar presentes quando vamos à praia; em qualquer atividade que exija momentos de exposição solar.

A exposição excessiva ao sol, insolação, principalmente aos raios nocivos, Ultra Violeta A e Ultra Violeta B, nas horas de maior intensidade solar (das 11:00 às 16:00), pode ser fatal para a saúde da pele.

As pessoas de pele clara, os idosos e as crianças são os grupos de maior vulnerabilidade às insolações, embora não são as exclusivas. Qualquer tipo de pele exposta demasiado tempo ao sol pode sofrer queimaduras.

Deve pensar-se em insolação ou golpe de calor sempre que haja um ou mais dos seguintes sintomas: dores de cabeça, tonturas, vómitos, inconsciência e pele ruborizada. São situações que requerem transporte urgente para os serviços de saúde.

Um dos primeiros cuidados a considerar é a prevenção que consiste em evitar a exposição ao sol nas horas de maior calor; procurar as zonas de sombra; proteger a pele e os olhos com roupas leves, chapéu e óculos de sol; aplicar protetor solar com maior fator de proteção e beber água ao longo do dia.

Numa situação de emergência deve-se deitar a vítima num local arejado e à sombra; desapertar-lhe a roupa; colocar compressas frias na cabeça, dar-lhe de beber água fresca; se a vítima estiver inconsciente, colocá-la na posição lateral de segurança.

A insolação não é sinónimo de alergia ao sol. A alergia ao sol é uma reação do sistema imunitário ao contacto da pele à luz solar, também chamada de erupção cutânea fotoalérgica. O raio de sol pode resultar em alergia, mesmo que através de uma janela, um para-brisa ou um guarda-sol, antes de chegar à superfície da pele. Estima-se que 5 a 10% das pessoas sofrem de alergia ao sol.

As reações da alergia ao sol são várias, como por exemplo, a urticária que ocorre em poucos minutos do contato com o sol, surgindo uma placa rosácea, elevada sobre a pele. A lesão pode atingir todo o corpo, principalmente nas áreas não cobertas por roupas, e desaparece após 1 a 2 horas, se a pessoa for para a sombra.

A erupção cutânea fotoalérgica aparece nas horas seguintes a exposição aos raios solares bem intensos. É caracterizada por inchaços vermelhos, bolhas, ou pápulas acompanhadas por prurido intenso nas partes expostas do corpo como pescoço, mãos e antebraços.

Também pode acontecer que durante a exposição ao sol, pessoas que tomam determinados medicamentos façam reação de fotossensibilidade. Assim acontece com alguns medicamentos: antibióticos, antidiabéticos, anti hipertensores, antiepiléticos, antidepressivos e para alguns tipos

de cancro. Quanto aos produtos cosméticos, substâncias loções ou cremes com ou sem perfume também provaram serem fotossensibilizantes. O risco aumenta especialmente entre os jovens com pele oleosa. Os cuidados gerais para fotossensibilidade relacionam-se com a prevenção à exposição solar. Se a alergia manifestar sobre toda a pele, o tratamento geralmente é baseado no uso de anti-histamínicos e corticoides contra o prurido.

A primavera e o verão são estações propícias para desencadear alergias, não apenas pelo contacto com a luz solar, mas também pela presença de outros alérgenos: o pólen e o pó. Em cada uma das estações do ano, as alergias podem ser altamente irritativas e prejudiciais. Estas alergias provocam sintomas como tosse, corrimento nasal, espirros e olhos vermelhos, inchados e erupção cutânea. Este problema tende a acentuar-se durante a transição de estações.

Por esta razão muitos médicos aconselham a visita a um alergologista (médico especialista em alergias), por forma a evitar má administração de medicamentos ou mesmo diagnosticar falsas alergias.Com a ida a um alergologista, os alérgicos podem beneficiar de um melhor acompanhamento e usufruir da melhor forma as estações do ano mais floridas e calorosas.

Enf. ª Alexandrina Rodrigues

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